quinta-feira, 30 de novembro de 2017

LUTO

3º Aniversário da sua “partida” 2014 /2017 

O Figueiredo partiu depois de Folgosinho, Amigo e defensor acérrimo dos nossos encontros, partilhava a alegria e a Amizade sempre que nos “juntávamos”.
Quis o destino que um problema de saúde nos roubasse tão abruptamente que “apanhou” todos de surpresa deixando um VAZIO difícil de preencher nos convívios que vamos “teimosamente” realizando ano após ano para continuar a partilhar a AMIZADE que nos UNIO em terras da GUINÉ.
Á Família e Amigos dizemos que contínua no nosso pensamento e que também á nossa maneira sofremos com a perda.


quinta-feira, 23 de novembro de 2017

O PESCADOR

NOVEMBRO DE 1973
Eu estive Lá:
Tinha regressado da “metrópole” onde tinha “gozado” as minhas férias e depois de alguns dias em Bissau a aguardar transporte lá regressei a Aldeia Formosa. Confrontado pelo nosso Capitão para a necessidade de fazer urgentemente um patrulhamento à procura do homem desaparecido.
Inicialmente caiu-me tudo, não esperava “entrar em campo “ tão rapidamente e ainda mantinha a cabeça “limpa” e o sabor e ritmo da “metrópole”, mas tinha que responder afirmativamente ao “nosso” Capitão. Eram períodos de férias e a companhia estava desfalcada de oficiais e sargentos e tinha mesmo que assumir o “comando” das operações. Foi-me disponibilizado um pelotão (não era o meu) muito reduzido (14 ou 15) com transmissões e enfermeiro e ainda um sem número de milícias (20 a 30) munidos de mauser o que me dava um risco enorme no que me propuseram fazer, mas tinha que ser, avançamos com o que tínhamos e o RECEIO (medo) foi aumentando quando nos íamos aproximando do objectivo e a “bandalheira” das milícias com o “histerismo” da chegada ao local. Acho que em algum momento tive tanto medo de uma operação, a atravessar um riacho numa “ponte” improvisada com um tronco de uma árvore (já tinha feito centenas) caí ao riacho, nada de grave mas demonstrativo do “cagaço” que se apoderou de mim. Chegados ao objectivo deparamos então com o que prevíamos, um grupo IN teria emboscado nas margens do rio (via-se perfeitamente as “camas” feitas no capim) e apanhou o soldado milícia que se tinha dirigido ali para pescar. Difícil a seguir foi fazer crer às milícias que tínhamos que recuar, pois por vontade deles teríamos seguido os trilhos deixados pelo IN e entraríamos pela fronteira dentro. Algum engenho e ajuda do “transmissões” lá simulamos um “rádio” a dar ordens de regresso.  

14-Novembro de 1973 pelas 20,30 horas foi comunicado ao Comando do Batalhão o desaparecimento de um soldado milícia Mamadú Jaló que tinha ido pescar e não tinha regressado.
15-Novembro de 1973 – foi destacado um grupo de combate para um patrulhamento junto ao rio Gunoba, que encontrou vestígios da presença de um grupo (30 a 40 ) elementos que teriam raptado o militar