domingo, 24 de junho de 2012

REENCONTRO

Grande emoção neste abraço.
8 de Dezembro de 2011 o reencontro do Cândido Ferreira e o António Calado.Passados que foram 37 anos após o nosso regresso a Portugal o reencontro de amigos e companheiros, ex. furriéis que fizeram parte do mesmo grupo de combate na 3ª Companhia em Aldeia Formosa.


quinta-feira, 14 de junho de 2012

ENCONTRO DE FURRIEIS DA 3ª COMPANHIA.


08/12/2011
Depois do encontro do Batalhão na Pateira de Fermentelos descobrimos que o nosso companheiro e amigo António Calado tinha regressado dos Estados Unidos para onde tinha emigrado pouco tempo depois do final da nossa “missão” na Guiné e onde construiu grande parte da sua vida e a sua família.
Embora viesse a Portugal gozar os seus períodos de férias, só por uma vez se tinha reencontrado com alguns amigos de então (O Paulo Silva, o Adalberto Silva, o Filipe Gonçalves e o Manuel Alves) numa patuscada lá para os lados de Aveiro.
Imediatamente partimos logo para a possibilidade de juntar os amigos mais “próximos” e partilhar com ele as “recordações” que  acumulamos nos reencontros que temos vindo a participar e ajudar a “matar”as saudades que ele como nós mantém nestes últimos 39 anos das nossas vidas.
Infelizmente não estiveram todos presentes; motivos vários levaram a faltar alguns companheiros, uns por razões de saúde, outros por continuarem alheios a estes inventos e alguns mesmo por afazeres assumidos anteriormente.
Não estiveram presentes: o Luís Calado, o Moutinho, o Vicente o Carvalho, o Azevedo e o Fernando Cunha (Pina) o que muito lamentamos mas convencidos que no próximo e alguns já recuperados das “maleitas” que os afectaram irão enriquecer com a sua presença o próximo convívio.
Foi mais um momento de grande “ENTUSIASMO” e de grandes “EMOÇÕES”, lá conseguimos falar mais um bocado das nossas vidas, onde os mais “Velhinhos” nestas andanças partilharam a ansiedade própria destes momentos e contagiaram os presentes a juntarem-se mais uma vez e a ajudar á mobilização dos “faltosos”.
O Cândido Ferreira já está a trabalhar no próximo como será do vosso conhecimento, vamos todos colaborar para mantermos a “união” neste grupo que não estando sempre juntos procuram manter laços de amizade que os uniram em tempos “VIVIDOS” em períodos bons e menos bons que ajudaram a cimentar esta amizade mesmo a 39 anos de distância.

O batcac4513

quarta-feira, 13 de junho de 2012

JUNHO 1973

Ainda Junho de 1973

Os dias iam decorrendo, não havia tempo para monotonia e habituamo-nos a grande intensidade de “GUERRILHA”, matava-se os poucos tempos livres com grandes jogos de futebol de cinco e muitos jogos de cartas, as casernas transformavam-se em autênticos “CASINOS” ambulantes e em cada canto havia as respectivas e improvisadas “mesas” de jogo algumas vezes até as próprias camas á falta de melhor serviam para desenrascar.
Continuavam-se a preencher os lugares ainda vagos. Chegaram neste mês ao nosso convívio:
Para a C.C.S:
O Sargento-ajudante Inácio Toscano o 1º Cabo enfermeiro António Leal o soldado cortador Fernando Galucho entre outros que vieram ocupar as suas funções na comissão.
Na 1ª Companhia:
A inclusão do 1º Cabo escriturário Francisco José, o soldado de transmissões Manuel C. Lente e o soldado atirador Albino Mendes
Á 2ª Companhia:
Chegou o Apontador de morteiro Francisco Costa
E a 3ª Companhia foi reforçada com a inclusão do Soldado de transmissões António Barbosa e o Soldado atirador Francisco Igreja.
A “guerra” continuava, a qualquer dia a qualquer hora, aí estavam os nossos “PARCEIROS” a fazerem das deles. No dia 18 de Junho, recebemos a visita de Sua Ex.ª o General António Spínola que se deslocou a Nhacobã e a Cumbijã a fim de ver o andamento dos trabalhos e numa cerimónia simples mas muito sentida “GRADUOU” em Alferes o Furriel miliciano Vieira da Companhia de Cavalaria 8351 e quis o destino (ou não) que pelas 9,30 horas da manhã as tropas instaladas em Nhacobã sofressem uma flagelação que durou 10 minutos e ainda na presença do Sr. General que de imediato fez uma retirada estratégica mas ainda a tempo de assistir a um rebentamento de uma mina anti-carro provocada pela movimentação de uma máquina da Engenharia que sofreu danos graves. Naturalmente que apareceram de imediato os helicópteros de transporte e segurança que no descampado mais próximo retiraram a comitiva em direcção a Aldeia Formosa (ou mesmo directos a Bissau, não me recordo).
Dia 21 Enquanto faziam protecção aos trabalhos da Engenharia e sempre no mesmo Teatro de Operações, foi a vez de forças da 2ª Companhia serem atacadas por granadas de canhão sem recuo, morteiro 82 e ainda com granadas de RPG. Infelizmente desta vez com marcas, porque causaram ferimentos graves em 2 Companheiros. 
Nós continuamos a dar noticias,vamos procurar manter vivas as memórias dos companheiros que viveram estes e outros episódios que fazem parte das nossas vidas.

batcac4513

segunda-feira, 11 de junho de 2012

ABRAÇO

Um abraço com muitos anos de atraso
 Ao fim de 39 anos reencontraram-se no passado dia 17 de Março aquando o encontro do pessoal do Batalhão.
Ambos fizeram parte da C.C.S do Batalhão 4513 e Oficiais de grande estima, Alferes Capelão Borges de Pinho (cabelo mais branco) e o Alferes de operações especiais Orlando Viegas Mendes. Por razões diferentes, não nos acompanharam até final das nossas missões. O Capelão (Padre) porque já tinha pedido á Igreja para deixar de ser Padre e quis voltar á vida civil e por isso foi desmobilizado. O Orlando também não nos acompanhou até final, mas não identifiquei as razões. O antigo Capelão Borges de Pinho, vive em Ovar e o Orlando Viegas Mendes vive actualmente no Mónaco.

VAMOS DANDO NOTICIAS

quinta-feira, 7 de junho de 2012

HISTÓRIAS DA NOSSA VIDA


JUNHO DE 1973

Entra o mês de Junho /73 e para não variar INHACUBÃ volta a ser flagelada com morteiros 82 vindo da zona de SAMENAU e mais uma vez sem efeitos sobre as nossas tropas
Nesse mesmo dia (01 de Junho) um Grupo de combate da 1ª Companhia sofreu um ferido ligeiro ao montar segurança próximo do destacamento de CUMBIJÃ.
Iam decorrendo os dias com muita actividade mas sem registos muito significativos, até que chegou o dia:
13 de Junho (Dia de Santo António)
Acordei manhã muito cedo ao som (RADIO) com algumas músicas tradicionais das marchas de STº. António, Tinha missão para esse dia com o meu GRUPO DE COMBATE, íamos fazer segurança à Engenharia que continuava a abrir a estrada para NHACUBÃ e como sempre o AMIGO MARCELINO, veio bater-me á porta do quarto para confirmar se já estava acordado o que depois da confirmação dirigimo-nos para a BERLIET que estava estacionada já muito próximo do Gabinete do Comando e pelos vistos só faltávamos mesmo nós.
Curiosamente ou não, ao contrário dos meus hábitos eu ia a cantar as ditas músicas que todos conhecemos e que fazem referência às festas da época e para espanto da maioria dos “ouvintes” o amigo António Calado virou-se para mim e disse-me “VENS A CANTAR AINDA VAI HAVER MERDA” e eu naturalmente virei-me para ele e disse-lhe “então não sabes que hoje é dia de Santo António?” e lá seguimos em direcção ao “OBJECTIVO”. Manhã de muito nevoeiro a fazer lembrar as manhãs da “METRÓPOLE” da época, passamos por MAMPATA e depois de fazermos as respectivas operações de rotina antes de entrarmos em zona de maior perigo lá seguimos na estrada que nos levaria á frente dos trabalhos de Engenharia.
Seguiam duas CHAIMITES á nossa frente e numa seguia uma equipa de picagem para em cada pontão que tínhamos que passar fazer a respectiva detecção de minas e facilitar a passagem da restante “coluna”. Não se via quase nada devido ao nevoeiro mas lá seguimos estrada fora na expectativa que tudo decorre-se pelo melhor, mas eis que chegados á zona de XITOLE fomos alvo de uma “EMBOSCADA” montada por um grupo I.N. que durante 10 minutos nos atacou com armas automáticas e granadas de morteiro 60 e ainda com RPG mas sem consequências graves para as nossas “TROPAS”. Acabaram por fugir depois da nossa reacção em direcção ao Rio HABI e ainda hoje me interrogo se eles nos estariam a ver (dada a densidade do nevoeiro) ou se reagiram ao som dos motores das viaturas que nos Transportavam.
O dia depois decorreu normalmente até ao fim da “MISSÃO” mas MAIS UM SUSTO que o nosso amigo Calado “adivinhou” ao som das minhas cantorias e mais um entre muitos que tinham acontecido desde o Inicio de Maio.
EU VOU DANDO NOTICIAS, ESPERO PELAS VOSSAS.
Do Amigo Ramos
3ª C.CAÇ.
 

REGISTOS DE MAIO


MAIO DE 1973

Depois de um mês  intenso e de muita actividade, onde a referência á operação BALANÇO FINAL é o maior destaque e com as consequências que todos se recordarão, não queria passar sem deixar de referir outras ocorrências neste mês e que irão avivar as vossas memórias.
Dia 12 de Maio, na região de XITOLE um grupo de combate da C.CAV.8351 que se deslocava numa viatura sofreu uma emboscada de um Grupo I.N. calculado entre 20 a 25 elementos com Armas automáticas e RPG que nos causou 1 Morto e 2 Feridos ligeiros acabando por se retirarem em direcção do MISSIRÃ.
Decorreu a Operação BALANÇO FINAL entre os dias 17 de Maio e o dia 25 de Maio em que todos tivemos intervenção uns mais directa, outros mais de apoio mas que de que nos recordaremos para toda a nossa vida
Acabada a tarefa principal NHACOBÃ, o adversário não deu tréguas e no dia 26 de Maio pelas 17,30h voltou a enviar uma “AMEIXAS” sobre Aldeia Formosa de canhões sem recuo 85 e Foguetões 122 (cerca de 20 rebentamentos) felizmente sem consequências.
No dia seguinte 27 de Maio, NHACOBÁ foi flagela durante 10 minutos com 60 granadas de morteiro 82, o fogo vinha da direcção de SAMENAU, SALANCAUR e UNAL mas felizmente não causaram estragos.
Finalizado o mês de Maio, e julgando que o insucesso das investidas do I.N. os obrigariam a fazer uma retirada para se reabastecerem, pura ilusão e ainda bem que nos mantivemos sempre activos para que não fossemos surpreendidos.

RAMOS 3ª C.CAÇ.