“ BALANÇO FINAL”
Poucos dias de “mato”,
tínhamos chegado á pouco tempo ao desconhecido, meninos e moços tudo era
novidade mesmo depois de toda a formação na “Metrópole” e o I.A.O. em Bolama, onde a “Guerra” ainda era
a brincar. Toca a misturar com os “Velhinhos” durante algum tempo e vai daí entrar na
operação “Balanço final” a caminho de NHACOBA.
Estávamos todos mais ou menos conscientes (OU NÃO) que seria o nosso
baptismo de “guerra” , cada um se
preparou da melhor forma para os dias que se seguiam, carregavam-se as mochilas
com tudo o que seria necessário, preparava-se o armamento e munições para o que
desse e viesse.
“Periquitos” que eramos, na véspera (DIA 16 DE Maio) tínhamos dia
livre, passamos o tempo conforme cada um entendia, conscientes que iriamos
entrar numa operação de grande envergadura, mas ingénuos e com os ouvidos bem
atentos ás palavras mais sábias dos “Velhinhos” lá nos fomos preparando
psicologicamente para o que aí vinha. Noite agitada para alguns, que sem pôr
olho e como se tinham atrasado na preparação do material, lá passaram a noite a
“resmungar” e a preparar o material que haviam de transportar.
Dia 17 de Maio : manhã cedo
toca a seguir em direcção ao ultimo posto de vigia ( Cumbijã) apeamo-nos das
Berliets e toca a organizar a marcha em direcção ao objectivo. Por volta das 12
horas, deu-se aquilo que todos sabemos.
Ficamos mais fortes a partir deste dia; APESAR DE
TODAS AS INCIDÊNCIAS NEGATIVAS,
aprendemos a sofrer ainda mais, choramos pelos amigos e passamos a encarar “a guerra” com mais
realismo, ultrapassávamos o medo com mais facilidade, tudo o que aparecesse
para a frente provavelmente nada seria pior que esse dia.
Não vou pormenorizar , porque
não é essa minha intenção, quero com estas linhas homenagear todos os que lá estiveram, lembrar os que já
nos deixaram e prestar a minha homenagem aos companheiros que sofreram “
fisicamente e psicologicamente” as consequências do “COMBATE” desse dia.
Os meus e companheiros:
Adalberto Costa Silva
Manuel Augusto Ferreira Alves
Filipe Manuel Ferreira Gonçalves
Manuel Fernandes Carvalho
João Orlando Ferreira Figueiredo
Armando Cardoso Soares
Esta vida ensinou-nos a fazer
amigos, é com este sentimento que recordo um dos dias mais difíceis das “NOSSAS VIDAS” faço votos muito
sinceros que estejam onde estiverem estejam bem.
Do vosso sempre amigo
Ramos
Agradeço-te sensibilizadamente pela postagem. Quero também nesta data agradecer a todos os companheiros que nos prestaram socorro e sei também que sentiram a nossa dor. Hoje, já muito mais maduros, estou certo que não passa de uma má recordação, embora para uns quantos as consequências sejam evidentes. Para todos vós as minhas saudações afetivas e para ti Ramos um grande abraço.
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