quarta-feira, 13 de junho de 2012

JUNHO 1973

Ainda Junho de 1973

Os dias iam decorrendo, não havia tempo para monotonia e habituamo-nos a grande intensidade de “GUERRILHA”, matava-se os poucos tempos livres com grandes jogos de futebol de cinco e muitos jogos de cartas, as casernas transformavam-se em autênticos “CASINOS” ambulantes e em cada canto havia as respectivas e improvisadas “mesas” de jogo algumas vezes até as próprias camas á falta de melhor serviam para desenrascar.
Continuavam-se a preencher os lugares ainda vagos. Chegaram neste mês ao nosso convívio:
Para a C.C.S:
O Sargento-ajudante Inácio Toscano o 1º Cabo enfermeiro António Leal o soldado cortador Fernando Galucho entre outros que vieram ocupar as suas funções na comissão.
Na 1ª Companhia:
A inclusão do 1º Cabo escriturário Francisco José, o soldado de transmissões Manuel C. Lente e o soldado atirador Albino Mendes
Á 2ª Companhia:
Chegou o Apontador de morteiro Francisco Costa
E a 3ª Companhia foi reforçada com a inclusão do Soldado de transmissões António Barbosa e o Soldado atirador Francisco Igreja.
A “guerra” continuava, a qualquer dia a qualquer hora, aí estavam os nossos “PARCEIROS” a fazerem das deles. No dia 18 de Junho, recebemos a visita de Sua Ex.ª o General António Spínola que se deslocou a Nhacobã e a Cumbijã a fim de ver o andamento dos trabalhos e numa cerimónia simples mas muito sentida “GRADUOU” em Alferes o Furriel miliciano Vieira da Companhia de Cavalaria 8351 e quis o destino (ou não) que pelas 9,30 horas da manhã as tropas instaladas em Nhacobã sofressem uma flagelação que durou 10 minutos e ainda na presença do Sr. General que de imediato fez uma retirada estratégica mas ainda a tempo de assistir a um rebentamento de uma mina anti-carro provocada pela movimentação de uma máquina da Engenharia que sofreu danos graves. Naturalmente que apareceram de imediato os helicópteros de transporte e segurança que no descampado mais próximo retiraram a comitiva em direcção a Aldeia Formosa (ou mesmo directos a Bissau, não me recordo).
Dia 21 Enquanto faziam protecção aos trabalhos da Engenharia e sempre no mesmo Teatro de Operações, foi a vez de forças da 2ª Companhia serem atacadas por granadas de canhão sem recuo, morteiro 82 e ainda com granadas de RPG. Infelizmente desta vez com marcas, porque causaram ferimentos graves em 2 Companheiros. 
Nós continuamos a dar noticias,vamos procurar manter vivas as memórias dos companheiros que viveram estes e outros episódios que fazem parte das nossas vidas.

batcac4513

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