Os
dias iam decorrendo, não havia tempo para monotonia e habituamo-nos a grande
intensidade de “GUERRILHA”, matava-se os poucos tempos livres com
grandes jogos de futebol de cinco e muitos jogos de cartas, as casernas
transformavam-se em autênticos “CASINOS” ambulantes e em
cada canto havia as respectivas e improvisadas “mesas” de jogo algumas vezes até as próprias camas á falta de
melhor serviam para desenrascar.
Continuavam-se
a preencher os lugares ainda vagos. Chegaram neste mês ao nosso convívio:
Para a C.C.S:
O
Sargento-ajudante Inácio Toscano o 1º Cabo enfermeiro António Leal
o soldado cortador Fernando Galucho entre outros que vieram ocupar as
suas funções na comissão.
Na
1ª Companhia:
A inclusão do 1º Cabo
escriturário Francisco José, o soldado de transmissões Manuel C.
Lente e o soldado atirador Albino Mendes
Á 2ª Companhia:
Chegou o Apontador de
morteiro Francisco Costa
E
a 3ª Companhia foi reforçada com a
inclusão do Soldado de transmissões António Barbosa e o Soldado atirador
Francisco Igreja.
A “guerra” continuava, a qualquer dia a
qualquer hora, aí estavam os nossos “PARCEIROS” a fazerem das
deles. No
dia 18 de Junho, recebemos a
visita de Sua Ex.ª o General António
Spínola que se deslocou a Nhacobã e a Cumbijã a fim de ver o andamento
dos trabalhos e numa cerimónia simples mas muito sentida “GRADUOU” em
Alferes o Furriel miliciano Vieira
da Companhia de Cavalaria 8351 e quis o destino (ou não) que pelas 9,30 horas
da manhã as tropas instaladas em Nhacobã sofressem uma flagelação que durou 10
minutos e ainda na presença do Sr. General que de imediato fez uma retirada
estratégica mas ainda a tempo de assistir a um rebentamento de uma mina
anti-carro provocada pela movimentação de uma máquina da Engenharia que sofreu
danos graves. Naturalmente que
apareceram de imediato os helicópteros de transporte e segurança que no
descampado mais próximo retiraram a comitiva em direcção a Aldeia Formosa (ou
mesmo directos a Bissau, não me recordo).
Dia 21 Enquanto faziam protecção aos trabalhos da Engenharia
e sempre no mesmo Teatro de Operações, foi a vez de forças da 2ª Companhia
serem atacadas por granadas de canhão sem recuo, morteiro 82 e ainda com
granadas de RPG. Infelizmente desta vez com marcas, porque causaram ferimentos graves
em 2 Companheiros.
Nós continuamos a dar noticias,vamos procurar manter vivas as
memórias dos companheiros que viveram estes e outros episódios que fazem parte
das nossas vidas.
batcac4513
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