quinta-feira, 22 de junho de 2017

CRÓNICA EM MACAU

  44 ANOS PASSARAM
António Marques da Silva:

ex.Alferes miliciano 3ª Companhia

15 Junho, 2017

1. Sim, já passaram 44 anos e parece que foi ontem. Este ano foi o meu terceiro Convívio, o nono do Batalhão de Caçadores nº 4513, desta vez em Aveiro.
Muita gente, militares e familiares, o maior de sempre. E não vai morrer, que não somos malta de se render. O próximo já tem organizadores voluntários e será na cidade-berço, em Guimarães.
Foi bom, muito bom mesmo, abraçar de novo os antigos camaradas. E dizem que os homens não choram, mas as lágrimas caíram furtivas ao Jaime Ramos e ao Adalberto Silva quando passaram o testemunho, eles que têm sido a alma do blogue e dos nossos encontros. Bem hajam eles e os próximos organizadores.
Emocionante também a presença da Sandra a filha do Basílio, o “meu homem da Bazuca”, que não quis faltar e disse presente em nome do saudoso Pai. Os outros que me desculpem todos, estas referências, mas, acreditem, foram também, muito bom abraçar-vos e o bate-papo que tivemos, com uns mais, com outros menos, consoante as circunstâncias, que éramos muitos, a comida e a bebida também, e o tempo escasso. Fui sabendo um pouco mais das histórias de vida de cada um. Mas, e os ausentes? Quantos já terão morrido sem que nós o saibamos? Quantos, perdidos no Portugal profundo, sem acesso à Internet, nem sequer sabem dos encontros? Quantos – existem alguns, assumidamente – não comparecem porque simplesmente não querem recordar o passado? É esta a parte da história da Guerra Colonial que ainda está por fazer. A história dos dramas humanos, familiares e sociais, enquanto sequelas dos traumas então vividos.
2. Faz hoje, precisamente, uma semana que cheguei a Portugal e está-se bem aqui. O tempo está óptimo, ameno e com sol. Vive-se calma, paz e esperança. As estradas estão cheias de camiões transportando mercadorias, nos restaurantes temos de aguardar por mesa, a frota automóvel nota-se que foi renovada, as pessoas nos cafés já não passam a vida a lamentar-se. Não é necessário ser economista para pressentir que as coisas estão a melhorar. A “geringonça” funciona e o “diabo” desceu ao inferno de onde proveio. Vamos lá a ver se isto dura.

3. De Macau estou de licença sabática, não li, não vi, nem ouvi, por preguiça e por descanso, notícias. Apenas sei, por mensagens recebidas no meu telemóvel, que houve ameaças de tufão, só ameaças, para desânimo de alguns taxistas que assim perderam um boa fonte de receitas. Receitas ilegais, mas como se dizia na minha aldeia o dinheiro ganho honestamente e o proveniente da vigarice depois de misturados ninguém os distingue. Sobretudo nos casos de alguns comendadores e de outros agraciados. Mas que fazer? Macau sã assi.

* Jurista 

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